23 de mar. de 2011

O poema da cueca do Julio

Inspirado na Crônica "Cuecas" de Luis Fernando Veríssimo

Extra-Extra

Uma notícia Giselda abalou:

“A moda da samba-canção voltou”

E à Martô, sua melhor amiga, confidenciou

Seu marido, Júlio, sempre usou.


Martô respondeu: eu sei

Giselda não pensou, mas eu desconfiei.


Se as samba-canção segurança lhe dão

Martô também não largará não.

Diante da vida, já eram como símbolo de resignação

Que Júlio não dispensava senão...

Seria traição.


Martô, Giselda entendia

Quando sobre as cuecas de Julio insistia

Que com um único modelo de cueca jazeria

Um homem ao qual jamais desconfiaria.


Quem vê cueca vê coração

E não é brincadeira, até então

O caráter será definido pela cueca que usarão

Rasgadas ou não

O que importa é ser samba-canção!


Martô concordara sem hesitar


Mostrar seu cuecão para outras

Dificuldade não encontra

Mas se sua seriedade está na bunda

Terá de ficar de bituca.


À noite, após a labuta

Volta a conversa pra cuca

E para Martô liga maluca

E faz somente uma pergunta:

“O que você quis dizer com “eu sei”?!”


De Erica Ribeiro